Livros para Ler nas Férias: Veja 13 Sugestões de Blogueiros Literários

Eles Têm Que Falar a Verdade Quando Estão Mortos

Depois é o livro perfeito para aqueles que desejam iniciar algo de Stephen King – quando falta um empurrão de coragem. Sobretudo quando os leitores sabem que precisam encarar um calhamaço ao se deparar com o nome do autor em uma indicação de leitura. Sério! Deixe um espaço na sua lista de férias para este livro!

Por aqui, King apresenta uma história curta, com páginas dominadas por mistérios e aquela sensação de algo arrepiante à espreita, que só ele é mestre em entregar. Além de um toquezinho delicioso que remete aos tempos dos saudosos mistérios da coleção Vaga-Lume.

A narrativa é ágil e instigante. Ainda na infância, Jamie Conklin descobre que pode se comunicar com os mortos – e que eles lhe contam segredos. Um morto jamais poderá mentir para Jamie. A mãe é sua única confidente, com quem divide as glórias e as trevas de suas interações. 

Logo a maldição lhe traz problemas, quando mais pessoas descobrem sobre seu dom e decidem abusar de sua boa vontade. As decisões perturbarão a vida de Jamie Conklin até… depois!

Um Personagem Carismático

Arsène Lupin pode ter cruzado com você em algum momento de sua vida e você nem sabia. Isso porque ele pode ser qualquer pessoa: desde uma velhinha que te pede ajuda para atravessar a rua até o segurança do prédio em que entrou. E o que ele faz com essa capacidade? Bem, ele é um ladrão profissional, ou melhor dizendo, um Ladrão de Casaca.

Apesar de ser um clássico do século XIX, só conheci os livros do personagem em 2020, e foi amor à primeira leitura! "As primeiras aventuras de Arsène Lupin" apresenta o personagem através de nove contos. Neles, somos convidados a viajar à Paris da Belle Époque, com muito estilo e mistério. O que mais gosto no personagem é que ele é muito carismático e que não pode ser colocado em uma caixinha.

Uma hora ele pode ser o vilão, mas seu senso de justiça fala mais alto e então faz as vezes de mocinho. Por isso, não o chamaria de vilão. Um anti-herói se encaixaria melhor. E está para nascer um personagem mais inteligente que Lupin. Ele é bonito, charmoso, sedutor e sabe se disfarçar com um talento que deixa qualquer mágico no chinelo.

Além disso, seus livros são bem naquele estilo “quem é o culpado” no final, mas contado pelo lado do ladrão, que traz um misto de curiosidade e mistério no ar, com direito até a algumas alfinetadas na sociedade. Mas é tudo passado de uma maneira tão fluida e simples, que a leitura acaba se tornando mais leve e apaixonante.

A Qual Show Você Iria se Pudesse Viajar no Tempo? 

Certo dia, Karl se depara com um buraco de minhoca que apareceu em sua casa, cai dentro dele e vai parar no passado. Ao retornar, conta tudo para seu amigo Wayne, que é físico e cria uma maneira de voltar em segurança através de um aplicativo. 

Karl tem um bar com temática de rock, então ele e Wayne criam algumas regras: o buraco de minhoca é secreto; apenas alguns clientes terão acesso a ele; as viagens no tempo serão programadas por Karl e Wayne e o destino será apenas ir a shows de rock do passado; quem quisesse assistir a um show teria de pagar muito bem por isso. 

Porém, Wayne resolve fazer algo de útil com as viagens no tempo e se transporta para 1980, na intenção de impedir o assassinato de John Lennon. O que ele não esperava era ser transportado para o ano 980. Karl, então, vai em busca de um físico que possa ajudá-lo a trazer seu amigo de volta. É assim que encontra Lena, doutoranda em Astrofísica. A partir daí, Lena passa a ser o ponto central e o livro dá uma reviravolta impressionante.

Uma trama que fala não apenas de viagem no tempo, mas de feminismo, de mulheres na ciência, de gordofobia, de problemas ambientais e, claro, de muito rock 'n roll! Para todos que gostam de ficção científica, mas querem ler uma história que saia do comum e que tenha sido escrita por uma mulher, este livro é perfeito – e com uma playlist maravilhosa!

Nada Que Eu Li Até Hoje Foi Tão Grandioso Quanto Este Livro

Eu já li livros bons que superaram minhas expectativas em níveis alarmantes, mas este livro do McEwan sobrepôs tudo o que já li até hoje. A história de um pequeno erro infantil que muda para sempre a vida não só das três pessoas envolvidas, mas de toda uma família aristocrática inglesa bem na época da Segunda Guerra Mundial.

Esse evento, narrado brilhantemente no começo do livro, mostra a rotina pueril de férias de uma garotinha e a forma como o ciúme e a imaginação mudou o rumo da história de um casal de amantes. Eles não deveriam estar se apaixonando, eram de classes sociais muito diferentes, mas aconteceu. 

Talvez desse certo, se a garota em questão não tivesse visto uma situação completamente fora de contexto e usado seu dom de contar histórias como válvula de manipulação das pessoas ao seu redor. A trajetória da personagem Briony é acompanhada de rancor, culpa e medo. 

A luta dessas pessoas não é só externa – embora essa modifique muito cada personagem envolvido –, mas a busca por um tipo de redenção interna. Uma reparação que jamais seria possível, porque embora sejamos seres dispostos a perdoar, há dores que jamais se curam e desculpas que nunca serão aceitas.

Você Vai se Perguntar "Como Esse Livro Ainda Não Virou um Filme"

Em suas 360 páginas, Sobrevivente traz a história, contada de trás pra frente, de Tender Branson, o último sobrevivente de uma seita. Iniciamos a trama dentro do avião sequestrado por Tender e, enquanto os motores não falham completamente, ele deixa registrado na caixa-preta tudo o que deu errado em sua vida.

Conhecemos a trajetória perturbadora do protagonista, desde quando estava na seita, como ele saiu e sobreviveu no mundo, e como, de repente, se tornou uma celebridade. Acompanhamos tudo isso com muita ironia e humor ácido. 

Palahniuk golpeia o leitor com suas palavras, apresentando uma sociedade deteriorada, que acredita em qualquer coisa, que não questiona nada, que é facilmente manipulável e que, estranhamente, se sente bem assim.

Por que acreditar e deixar sua mente ser moldada pela sociedade? Por que as pessoas não têm coragem de ver o mundo como ele realmente é? O ser humano precisa de histórias fantasiosas para seguir sendo um escravo? Sobrevivente é um daqueles livros viscerais que você não consegue largar, com uma história impossível de esquecer.

Enquanto Houver Livros nas Prateleiras, Você Nunca Estará Presa

Em A Biblioteca da Meia-Noite acompanhamos Nora Seed, uma jovem de 35 anos que acaba acumulando ressentimentos com acontecimentos que marcaram sua trajetória, como ser demitida do emprego e descobrir que seu gato foi morto. Após diversas tentativas de se reerguer, ela decide tirar a sua vida. 

O que ela não esperava era ser transportada para a Biblioteca da Meia-Noite, um lugar onde cada livro representa uma situação que poderia ter mudado seu futuro, uma possibilidade diferente que ela poderia ter vivido. Nora é uma mulher inteligente, com capacidade para ser tudo o que quiser.

Quando ela começa a ler um livro, é levada para onde estaria naquele momento caso tivesse tomado determinada decisão. Em um possível futuro ela seria nadadora profissional. Em outro, seria casada e teria uma filha. Porém, Nora sempre volta para a biblioteca porque percebe que o seu futuro reserva diversas possibilidades.

A Biblioteca da Meia-Noite é uma obra marcante e com diversas reflexões. Ela nos mostra que muitas vezes deixamos a vida passar sem aproveitá-la, sem valorizar cada segundo. Vale ressaltar que a obra aborda assuntos delicados como suicídio, drogas, alcoolismo e depressão.

Impossível Largar Antes de Ler Tudo

Com uma história elaborada e personagens cativantes, Sidney Sheldon nos leva para uma aventura na Espanha do pós Guerra Civil, marcada pela batalha entre os nacionalistas bascos e o governo espanhol. Em As Areias do Tempo, somos apresentados para quatro freiras: Irmã Graciela, Megan, Teresa e Lucia. 

Após o convento ser invadido, as freiras fogem e têm que acompanhar o revolucionário basco Jamie Miro, que está fugindo do Coronel Ramón Acoca. Seguindo cada freira e os homens de Miro, descobrimos as aventuras e o destino de todos. 

Ao longo do livro vamos descobrindo o passado de cada um dos personagens e suas motivações. Li o livro pela primeira vez aos treze anos. Desde então, tornou-se uma das minhas leituras de conforto. É um livro envolvente que não dá para largar até finalizar a leitura. 

O autor nos leva com maestria por todos os segredos dos personagens, criando um ambiente de tensão e adrenalina, e apresentando personagens únicos. Mesclando romance, suspense e mistério como ninguém, o autor nos entrega uma escrita simples, mas que nos faz viajar sem sair do lugar.

A Velhice Pode ser Produtiva, Divertida, Dinâmica e Muito Interessante

Férias combinam com leituras cheias de aventura e diversão, por isso escolhi O Clube do Crime das Quintas-Feiras para indicar aqui. O livro traz quatro protagonistas, todos aposentados.⁣ 

Eles moram na Inglaterra, beiram os oitenta anos, são experientes e bem excêntricos. Com bastante tempo disponível, estão sempre prontos para solucionar crimes e mistérios, e se reúnem todas as quintas-feiras.

A escrita do autor é fluida e os capítulos curtos trazem leveza e rapidez à leitura.⁣ Me lembra bastante os livros da Agatha Christie. Gostei muito! Eu adoraria conhecer e conviver com esta turma pra lá de especial. 

O livro é um grande sucesso mundial, vai virar filme e Spielberg será o produtor. Li em 2021, junto com meus leitores em uma das nossas leituras coletivas. Uma ótima diversão. Recomendo muito!

O Amor Verdadeiro É Capaz de Salvar Até o Coração Mais Partido

Teto para Dois é uma obra que mescla romance com drama e que tem aquela pitada de humor inserida na medida certa. Aqui acompanhamos a história de Tiffy, uma jovem adulta que está passando pelo pior momento de sua vida. Além de ter levado um pé na bunda de seu namorado, Tiffy agora virou uma sem teto! Sua vida desmoronou e ela não sabe o que fazer.

Leon também está passando por um momento complicado com seu irmão. Sua única chance de ajudá-lo seria alugando metade do seu apartamento. Tiffy precisa de um teto, Leon de dinheiro, então eles chegam a um acordo bom para ambos: vão dividir o apartamento sem ter nenhum tipo de contato presencial! 

Esse foi um dos termos impostos pela namorada de Leon, e realmente funcionou. Porém, a curiosidade e a necessidade de comunicação entre ambos fez com que se correspondessem por post-its que deixavam um para o outro pelo apartamento. Mas quanto tempo poderia passar até que eles realmente se conhecessem pessoalmente?

Este livro se tornou um dos meus favoritos por ser um romance diferente dos que eu já li. A autora abordou temas necessários, fazendo com que eu refletisse a todo momento com esses personagens que marcaram o meu coração. Prepare os lencinhos e o coração para essa história que com certeza vai se tornar a sua favorita.

Um Mundo Que Existe, Mas Que Você Não Enxerga

"Vamos Comprar um Poeta" foi o primeiro livro que li em 2021. Confesso que quando o escolhi pensava em outra narrativa, mas sem dúvidas foi a melhor leitura que realizei no ano. Este pequeno grande livro de 96 páginas foi escrito por Afonso Cruz, um multiartista português, que já publicou mais de trinta livros e é dono de diversos prêmios. 

Em “Vamos Comprar um Poeta” o autor nos apresenta uma sociedade totalmente materialista. Um lugar onde tudo tinha um preço e nada, absolutamente nada, era feito sem cálculos, anúncios ou propagandas. Até os nomes das pessoas tinham letras e números.

Nesta sociedade utilitária as famílias possuíam artistas de estimação. E a família que nos conta esta história decide, entre tantos artistas, comprar um poeta. Porque em sua opinião, de todos os tipos de artistas, o poeta era o menos bagunceiro. 

São grandes as emoções que nos causam este encontro. Esta é uma história que vai tirar o seu fôlego e te fazer refletir sobre tudo o que te rodeia, desde o mais simples até o mais complexo. Leitura sugestiva para quem busca recomeços.

Sensível, Polêmico, Diverso e Emocionante: Leitura Necessária!

Chimamanda Ngozi Adichie, grande escritora nigeriana da contemporaneidade, publicou seu primeiro livro de contos denominado No Seu Pescoço em 2009. Composto por doze contos, a obra traz elementos característicos da escritora, como leveza, sensibilidade e fluidez ao relatar temas sensíveis como racismo, questões familiares e conflitos culturais de forma bela e acessível.

Devidamente reconhecida pelo prêmio Nobel em 2015, Adichie usa sua linguagem acessível para expressar, através de sua literatura, realidades culturais em situações ficcionais, enquanto mulher nigeriana imigrante, instruída, pobre, casada, mãe, que presencia violência policial e desigualdade social.

Suas personagens verossímeis e brilhantemente construídas fazem com que o leitor se sinta próximo da narrativa, até dentro de seus contos. Essa leitura é ótima para expandir a visão de mundo e o conhecimento cultural.

Por não ser um romance extenso, e sim uma coletânea de contos, é uma leitura que pode ser dividida sem afetar o rumo das narrativas. Ao mesmo tempo que é emocionalmente pesado – e incrível – ler os contos por conta das temáticas fortes, também é leve pela escrita mágica e envolvente da autora nigeriana.

Para Quem Busca Construir uma Comunicação Mais Produtiva

Para o público apreciador de não ficção, o livro "Comunicação Não Violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais" é uma boa opção para engatar um novo conhecimento nas férias.

Marshall B. Rosenberg desenvolve sobre sua técnica de comunicação não-violenta conhecida pela sigla CNV, baseada em habilidades de linguagem que fortalecem a capacidade de conectarmos nossa humanidade com a do outro, até mesmo em condições adversas.

A CNV é composta por 4 componentes, são eles: observação, sentimento, necessidades e pedido. Através dessa sequência é possível obter clareza, empatia e sinceridade na troca de ideias.

Comunicar-se não é uma tarefa fácil, mas com as técnicas do autor, e com os exemplos e exercícios no final de cada capítulo, é possível enxergar uma nova maneira de se comunicar. Uma ótima oportunidade para quem procura aprimorar ou construir uma comunicação produtiva, evitando desgastes emocionais.