No meu artigo anterior compartilhei algumas dicas e falei sobre minhas bebidas e utensílios de bar favoritos para que você pudesse começar a fazer seus drinks em casa. Pois bem, você sabia que cada drink pede um copo específico?
O modelo do copo para drink pode influenciar na temperatura da sua bebida e até deixá-la mais elegante e charmosa. Afinal, também bebemos com os olhos. Registramos momentos para mostrar aos nossos amigos e também para eternizar nossas lembranças.
Neste artigo, falo sobre 10 diferentes modelos de copos para drinks e como usar cada um deles. Algumas das marcas que uso em casa ou no meu bar não estão mais disponíveis nos sites de venda. Nesses casos, procurei trazer os produtos que mais se assemelham aos meus, considerando também o melhor custo-benefício. Vamos em mais uma aventura?
Os drinks highball, ou long drinks, estão na categoria dos coquetéis mais antigos da história etílica moderna. Isso se deve à descoberta da técnica de carbonatação de água no século 18. Desde então, muitos drinks carbonatados surgiram, a começar pelo tradicional Gin Tônica. Hoje ele é servido em taças, mas nasceu sendo servido como um highball.
A anatomia do copo longo permite maior duração de gás nas bebidas, pois há pouco contato do oxigênio com o líquido. Aqui no bar utilizo uma técnica forçada de introdução de CO2, dando ainda mais vida útil à carbonatação, tanto dos meus coquetéis, quanto das minhas sodas artesanais sem álcool. Consigo esse resultado graças a esse modelo específico de copo.
Eu gosto de utilizar este modelo da Vicrila porque além de agregar com uma característica estética ímpar, seu corpo reforçado dá mais segurança em casos de acidentes, como quedas e esbarrões.
Recentemente a linha de blends da Johnnie Walker resgatou a tendência dos drinks highball e tem estimulado o consumo desse tipo de drink com foco no Red Label e no Black Label (esse último citado em meu artigo anterior). Está aí uma ótima oportunidade para se mostrar antenado com o que as pessoas estão bebendo ao redor do mundo e surpreender seus amigos.
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R$ 4,79
Este modelo de copo long drink, da Nadir, tem a parte superior mais alongada - em estilo cone, diferente do long drink tradicional. Eu o recomendo para drinks que tenham muitos ingredientes em sua composição ou decorações grandes, como o Bloody Mary.
Também pode ser usado nos drinks com frutas cortadas, folhas ou especiarias como canela - ao estilo Tiki Polinésio Havaiano, para o refrescante Mojito, com suas folhas de hortelã, ou até mesmo para nossas típicas batidas de praia ou beira de piscina.
O escritor Ernest Hemingway dizia que um bom Mojito jamais deveria ficar despencando a cada gole. Bebedor costumeiro de um, batia ponto no bar El Floridita, em Cuba, para beber direto da fonte. A anatomia deste modelo facilita a transição entre copo e boca sem acidentes indesejados.
No maior estilo "dois pelo preço de um", é excelente também como copo para cervejas com espumas mais aeradas, como as de trigo, provendo assim um maior controle na hora de apreciar. Afinal, não queremos uma parte do nosso sagrado drink pulando para fora do copo.
Os copos baixos estilo on the rocks, ou simplesmente rocks, são conhecidos por sua atmosfera clássica e austera. Estão ligados aos primeiros coquetéis, de meados de 1800: do icônico Old Fashioned, passando pelo franco-americano Sazerac, aportando na Itália com o clássico Negroni.
Esses copos são muito classudos também para degustar uma bela dose daquele whisky que você reserva para momentos especiais. Ou para quem gosta, assim como eu, de uma bela cachaça envelhecida em madeira com apenas uma pedra grande de gelo.
Quando assistimos a seriados como Suits ou Mad Men, o copo baixo é figura constante nos episódios. Seja com uma dose de um imponente Macallan, degustado pelo ambicioso Harvey Specter, ou servindo o próprio Old Fashioned ao rei da publicidade, Don Draper.
Eu gosto de utilizar este modelo da Vicrila por ele ser bem versátil para a execução de coquetéis no estilo short (aqueles que têm potência alcoólica alta), que geralmente são consumidos em copos baixos com gelo ou em taças curtas. Utilizo também para os meus coquetéis de outono e inverno, que buscam trazer um pouco mais de calor ao frio das estações.
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O copo do tipo oval é o que chamamos de coringa pois é muito versátil e se aplica a várias situações distintas. De drinks sem álcool a coquetéis com uma grande parte de gelo britado em sua composição, ou até mesmo como copo para sucos ou água.
Seu formato oval o torna moderno e elegante, trazendo também um ar jovial ao ambiente. Eu utilizo este modelo de copo para executar um drink chamado Bramble, que nasceu nos anos 1980 pelas mãos do pai da coquetelaria contemporânea, Dick Bradsell (criador também do saboroso Espresso Martini).
O Bramble é finalizado com uma calda, por cima do gelo, em uma técnica que chamamos de "float". Esse efeito torna o drink bicolor, trazendo, além de um sabor refrescante, um detalhe estético que, em tempos digitais, é muito bem-vindo.
Afinal, quem não quer tirar aquela foto linda para compor o mosaico do feed do Instagram, fazendo até salivar a boca dos amigos? Pode ter certeza que na próxima confraternização você será requisitado para fazer os drinks da galera.
Tenho um apreço muito especial por este modelo bico de jaca pois ele me toma por ares nostálgicos, trazendo aquela lembrança de casa de avó. Utilizo sempre que vou executar drinks com uma pegada brasileira, que remetam principalmente à cachaça. Um exemplo é o clássico de boteco Rabo de Galo, que hoje já é visto até nos restaurantes mais badalados.
Este copo é popularmente chamado de bico de jaca por conta de sua superfície com ondulações, perceptíveis ao tato. Ele tem uma base resistente a quedas, atritos e mudanças de temperatura, e resiste tanto a bebidas frias quanto quentes.
Há semanas em que aguardo fervorosamente o domingo chegar (dia em que o bar não abre) para pegar meu copo bico de jaca, servir uma bela dose da cachaça Antonieta Amburana - já falamos sobre ela no artigo anterior, com um pouco de vermute de jabuticaba. Coloco um samba de raiz, encaro as bocas do fogão e vou até onde ingredientes e imaginação me permitirem chegar.
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A taça coupe é o meu modelo de taça preferido, por conta do seu formato e elegância. Eu a utilizo nas minhas releituras de coquetéis clássicos como Dry Martini, Manhattan, Hanky Panky, Martinez, Daiquiri, Pisco Sour, entre outros das famílias short ou sour.
Este modelo em vidro tem bom custo-benefício, possibilitando manter um repertório elegante a um custo acessível. Isso desconstrói qualquer pretensão de categorizar a coquetelaria como algo elitista e mostra que é possível, sim, fazermos bons coquetéis em casa com o que temos à mão. O importante é termos ousadia e criatividade.
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Quando pensamos em drinks é impossível não lembrarmos do agente secreto mais famoso do cinema empunhando o seu Vesper Martini a cada nova aventura. O drink imortalizado por James Bond é uma variação do clássico Dry Martini. Esse é um dos raros casos em que um drink nasceu da ficção e foi para o mundo real.
O que eles têm em comum é a icônica taça em formato em V, conhecida como taça martini - mas inicialmente chamada de taça cocktail. Gosto bastante da ligação entre passado e presente que ela traz, sendo referência entre 8 para cada 10 bartenders pelo mundo.
Esse modelo andou meio sumido nos anos 80, mas graças ao seriado Sex And The City, com o drink Cosmopolitan, voltou para nos mostrar que se mantém no panteão dos bons drinks. Muitos outros drinks são servidos nessa taça, como o Daiquiri, o White Lady, o Manhattan, a Margarita (mesmo tendo uma taça especial para ela), entre outros.
Eu utilizo a Windsor para executar coquetéis clássicos à risca, seguindo passo a passo suas medidas, ingredientes e apresentação. Recomendo deixá-la na geladeira ou no freezer minutos antes de preparar um coquetel para que a temperatura resfriada do drink mantenha uniformidade, proporcionando assim uma experiência digna de um filme do 007.
Alguns drinks são conhecidos tanto pelo seu charme e elegância quanto pelo frescor que trazem ao paladar. French 75 (gin, limão, açúcar e espumante) ou os modernos Bellini, Kir Royale e Mimosa têm o espumante como ingrediente em comum e a tradicional perlage (borbulhas de gás carbônico) como ponto máximo de sua experiência.
A taça Subirats além de manter as características elegantes de um bom espumante, tem um formato oval que permite que as bolhas de perlage tenham o mínimo de contato com o oxigênio externo, mantendo-se por mais tempo.
No meu bar, gosto de utilizá-la também para um drink chamado Umami, que é uma variação de Dry Martini feito com um vermute infusionado em queijo. Essa boca mais fechada da taça permite preservar as notas salgadas do meu coquetel por mais tempo, proporcionando uma experiência única junto aos demais ingredientes.
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Em dias de outono, nada me agrada mais que o drink Irish Coffee, um clássico moderno que leva whisky irlandês como base. Ele é primorosamente executado em uma taça apropriada que leva o mesmo nome do drink.
Esta taça é muito similar às tradicionais taças de cappuccino. Eu particularmente recomendo essa da Dynasty pois tem uma boa absorção de temperatura. Ela retém tanto o calor quanto o frio, mantendo o drink na temperatura sugerida por mais tempo (frio ou quente, dependendo do estilo).
Já utilizei para outros drinks quentes, como o Hot Toddy, clássico da era de ouro americana, imortalizado no livro The Bartenders Guide, do mestre dos mestres Jerry Thomas. Se você tem essa veia de nostalgia, recomendo se aventurar também nos populares Quentão e Vinho Quente. O importante é se deixar levar.
Fechamos a lista com esta que talvez seja a queridinha de todos os bares e restaurantes brasileiros nos últimos 10 anos. Quando pensamos em drinks e coquetéis, é quase natural pensarmos em Moscow Mule por conta de sua irresistível caneca de cobre. Ela é, com certeza, o grande diferencial deste drink nascido nos anos 1940, lá na terra do Tio Sam.
O Moscow Mule aportou por aqui em 2010, pelas mãos do bartender Marcelo Serrano. Foi ele que adaptou a falta de ginger ale em terras tupiniquins, na época, com a hoje popular espuma de gengibre (sim, somente no Brasil bebemos Moscow Mule com espuma), fechando assim uma dupla com a caneca que resistiu por todo esse período entre inúmeras tendências.
Eu recomendo o modelo da Artecobre por ter um excelente custo-benefício, já que o preço das canecas de cobre aumentou muito na última década, justamente pela popularidade que desenvolveu por aqui.
Por uma questão conceitual, no meu bar eu utilizo cerâmica oriental para servir o Moscow Mule. Mas em casa, assim como nos cursos e palestras, utilizo a caneca de cobre para o drink. Afinal, é de suma importância apresentarmos os conceitos básicos primeiro, para então darmos passos mais largos no universo etílico de sabores e possibilidades.
Espero que tenham gostado de mais essa odisseia etílica. Acredito que os finais de tarde ou domingos não serão mais os mesmos. E como já diz o dito popular: a prática leva à perfeição. Então mãos à obra!
Deixo o convite para que compartilhe suas experiências comigo através das minhas redes sociais, onde sempre posto dicas sobre drinks e coquetéis. Aliás, tamanho foi o prazer em compartilhar minhas ideias aqui que me senti inspirado a desenvolver um curso sobre coquetelaria em casa. Detalhes sobre você encontra no meu Instagram.
Não esqueça de conferir os demais artigos no site mybest Brasil, sempre com informações incríveis de grandes profissionais. Um abraço e bons drinks!
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